ORCHIDACEAE

Hadrolaelia perrinii (Lindl.) Chiron & V.P.Castro

Como citar:

Pablo Viany Prieto; Tainan Messina. 2012. Hadrolaelia perrinii (ORCHIDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

51.314,96 Km2

AOO:

104,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil, encontrada em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Barros et al., 2012). Ocorre também em São Paulo (CNCFlora, 2012). No Parque Nacional do Itatiaia foi coletada há mais de 90 anos (Barberena, 2010). Fraga et al. (2009) levantaram a ocorrência da espécie para 76 localidades e 43 municípios. Ocorre entre 200 e 700m de altitude (Fraga et al., 2009).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Critério: A3cd
Categoria: VU
Justificativa:

<i>Hadrolaelia perrinii</i> é uma espécie bastante ornamental com distribuição geográfica não muito amplano bioma Mata Atlântica; foi submetida a uma intensa pressão de coleta para fins ornamentais no passado, sendo inclusive considerada ameaçada de extinção pelos próprios colecionadores de orquídeas. Além disso, a espécie ocorre em alguns municípios severamente desmatados. Nos municípios de Queimados e São Fidélis (RJ), respectivamente 98% e 95% da cobertura original de Mata Atlântica encontram-se desmatadas. Em Cantagalo e Porciúncula (RJ) e Carangola e Coronel Pacheco (MG), esse percentual é igual ou superior a 90%. Devido ao seu hábito epifítico, suspeita-se que a espécie apresente um crescimento bastante lento, de forma que o tempo de geração é estimado em cerca de 10 anos. Dessa forma, considerando o forte declínio populacional ocorrido nopassado e todas as ameaças às quais <i>H. perrinii</i> está submetida, é possível suspeitar que a espécie venha a sofrer um declínio populacional de pelo menos 30% nos próximos 30 anos. Pelo exposto, a espécie foi considerada "Vulnerável" (VU).

Perfil da espécie:

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: ​Espécie ornamental e comercializada por R$ 35,00 (http://www.colibriorquideas.com/especies/Brasilaeliaperriniisemialba.php; acesso em 12/06/2012) ou R$ 60,00 (http://www.orquidarioimirim.com.br/loja/produtos_descricao.asplang=pt_br&codigo_produto=1492; acesso em 12/06/2012).

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: ​Ocorre, em florestas ombrófilas densa e aberta (Barberena, 2010).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland
Detalhes: Orquídea epífita ou rupícola (Fraga et al., 2009) encontrada em Mata Atlântica (Barros et al., 2012), em florestas ombrófilas densa e aberta (Barberena, 2010). Floresce em Março e Abril e é autoincompatível (Fraga et al., 2009). Apesar de receber visitas de beija-flores, borboletas e abelhas, apenas a borboleta Perichares philetes aurina Evans (1955) (Hesperiidae) é o polinizador efetivo (Fraga et al., 2009). Possui crescimento clonal e ocorre em locais sombreados (Fraga et al., 2009). Em áreas de afloramento rochoso, ocorre na base do caule e nas raízes grossas de paineiras das pedras (Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns) (Fraga et al., 2009).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
9 Intrinsic factor national medium
Forma densas subpopulações, cujos indivíduos florescem juntos. Isso pode levar à deriva genética e a fixação de genes deletérios (Fraga et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
3 Harvesting (hunting/gathering)
O extrativismo dessa espécie foi comum na década de 1960 na região serrana do Espírito Santo. Foi também bastante coletada para enfeitar casas durante a quaresma. Relatos indicam que não são mais encontradas grandes subpopulações como no passado, sendo inclusive considerada como ameaçada de extinção pelos próprios orquidófilos (Fraga et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
O estado do Rio de Janeiro, onde a maior parte das coletas de H. perrinii foi feita, perdeu cerca de 80% de vegetação nativa até 2011 (SOS Mata Atlântica; INPE, 2012).

Ações de conservação (6):

Ação Situação
1.2.1.1 International level on going
Consta no apêndice II da CITES: http://www.cites.org/eng/app/appendices.php; acesso em 18/05/2012.
Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Espécie categorizada como "Presumivelmente Extinta" (EX) na Lista Vermelha da Flora de Minas Gerais(COPAM-MG, 1997). Entretanto foi coletada em 2007 em Tombos (RB 550345).Criticamente em perigo (CR). Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).
Ação Situação
1.2.2.2 National level on going
Espécie categorizada como "Vulnerável" (VU). Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008),anexo 1.
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
Encontrada nas seguintes unidades de conservação: Reserva Biológica do Tinguá (RJ), RPPN Fazenda São Lourenço (MG) e RPPN de Marcos Vidigal (MG) (CNCFlora, 2012).
Ação Situação
5.7.1 Captive breeding/Artificial propagation on going
A espécie é reproduzida em laboratório e orquidários do Espírito Santo (Fraga et al., 2009).
Ação Situação
4.4.1 Identification of new protected areas needed
Fraga et al. (2009) recomendam a implementação de unidades de conservação e corredores ecológicos para a conexão das áreas protegidas.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Ornamental
Espécie ornamental (http://www.colibriorquideas.com/especies/Brasilaeliaperriniisemialba.php; acesso em 12/06/2012).